ATU solicita de forma emergencial aumento da passagem; município se reúne na segunda-feira para decisão

Em caráter de urgência na terça-feira (12), o Consórcio SIM, que opera o sistema de transporte público de Santa Maria, solicitou ao Gabinete do Prefeito o aumento da passagem de ônibus para R$ 6,15. Este é o segundo pedido feito pelos responsáveis neste ano, o primeiro ocorreu em agosto.  

O valor é referente a Tarifa Técnica já aprovada pelo Conselho Municipal de Transportes em março de 2023. A prefeitura deveria subsidiar esses números, que até então não estão sendo repassados aos passageiros. Atualmente, o usuário paga a tarifa de R$ 4 (cartão) ou R$ 5 (dinheiro), e a prefeitura deveria arcar com o restante do valor para totalizar os R$ 6,15: 

–  O município não está pagando mais este valor desde junho e a tarifa atual está defasada – explicou o representante da Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU), Edmilson Gabardo. 

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Acontece que Santa Maria havia recebido um valor na casa dos R$ 6 milhões ainda no ano passado. O repasse foi feito pela União. Mas, desde que este valor integral foi repassado para pagamento do subsídio, o valor não foi mais compensado: 

– Tentamos contato com as autoridades para resolver a situação, a resposta não veio e o transporte está defasado. Não temos perspectiva, estamos apavorados. Estamos tendo dificuldades em explicar isso aos nossos fornecedores porque estamos com os pagamentos atrasados. As empresas estão basicamente pagando os salários e os combustíveis. Os ônibus estão estragando e ficando parados nas garagens.       

O Gabinete do Prefeito recebeu a solicitação de aumento na quarta. Segundo Gabardo, a resposta que recebeu da Secretaria de Mobilidade Urbana é de que estariam estudando o pedido de reajuste. O prejuízo, segundo ele, é de mais de R$ 6 milhões, o que equivale a R$ 80 mil por dia. Procurado, o secretário Orion Ponsi confirmou que há esta dívida e explicou que solicitaram documentações referente a estes valores devidos à ATU para que o cálculo seja realizado internamente pelo município. Após isso, será feita a análise de onde o valor será retirado para ser repassado. A esperança, como relata o secretário, é que uma forma de quitar esta dívida viria através do governo federal, como foi feito anteriormente. Contudo, a resposta dada no Fórum Nacional de Secretários de Mobilidade Urbana, em Foz do Iguaçu, no Paraná, onde está presente Orion Ponsi, é de que não seria possível abater estas dívidas:

– O governo federal também tem sua parcela de responsabilidade. Ano passado foi aportado, Santa Maria recebeu R$ 6 milhões e isso nos deu uma sobrevida para passar pelo período pós-pandemia. Todas as medidas vêm contrariando o que precisamos. Tem uma série de questões que vem contrária as políticas do transporte coletivo. Esperávamos que o governo federal viesse com as soluções e infelizmente ele nos traz mais dúvidas do que certezas. Não há soluções para os municípios e isso vem a impactar nas nossas contas. 

Ainda, o secretário reitera que, como política da gestão, o desejo é de que este dinheiro devido seja aportado e retirado de outro setor para que não haja necessidade de ser cobrado diretamente do usuário do transporte coletivo: 

– Temos alinhado o máximo possível, é uma recomendação do próprio prefeito Jorge Pozzobom, que não queremos levar este valor para o trabalhador. Com a omissão do governo federal precisamos reavaliar nossas posições e ver se será necessário o reajuste tarifário, e quanto podemos reajustar deste valor para não onerar da população, saber quanto de recurso interno nós temos. 

O prazo repassado pela Secretaria de Mobilidade Urbana para que os documentos referente aos custos sejam entregues pela ATU é até segunda-feira (18).